A saga da industrialização do ocidente continua com todas as suas contradições. Nos últimos cem anos, deu-se verdadeiro salto acrobático para alturas nunca imaginadas. Aposenta-se o carvão. Em seu lugar, o petróleo assume a absoluta liderança como fonte de energia, especialmente no mundo do trasnporte. Trens, automóveis, caminhões, onibus, aviões, navios e milhares de tipos de máquinas são movidos pelo ouro negro. O produto final do CO2, em toneladas, polui os ares, aquece a atmosfera, afeta a camada de ozônio. Toda uma ladainha se ouve cada dia sobre os efeitos nefastos do dióxido de carbono. No entanto, as montadoras de veículos crescem e lançam no mercado milhões de automotores.
Agora sim, a destruição da natureza adquire dimensões alarmantes. Todo um conjunto de efeitos colaterais se somam. Escapam-nos à previsão os efeitos que essa última onda industrialista está a provocar. Se, de um lado, tomam-se medidas de precaução, de controle, de outro, burlam-se essas mesmas medidas com enorme cumplicidade do Estado e dos próprios cidadãos.
O inchamento das metrópoles, especialmente no hemisfério sul, tem produzido processos combinados de agressão à natureza. Destruição de áreas verdes, poluição crescente das águas, aumento indiscriminado de veículos com a consequente poluição do ar, aquecimento do ambiente por diversos fatores conjugados, acúmulo de lixo não tratado, surgimento de doenças endêmicas a ponto de transformar-se em pandemia. No final da linha está a degradação da vida humana e de toda vida. Perde-se o equilíbrio da natureza por força da agressão tecnológica moderna. Ganha-se em certa comodidade, mas paga-se o preço da qualidade de vida para os humanos e da conservação do meio ambiente.
É proibido fumar, mas você sabe verdadeiramente o porquê desse aparente radicalismo? De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, no Brasil, cerca de 30% da população adulta é fumante. Além disso, estima-se que ocorram, a cada ano, 125 mil mortes no país por doenças associadas ao fumo. O futuro que nos espera é também assolador: para o ano de 2020, a perspectiva de mortalidade é de 10 milhões de mortes ligadas ao uso do tabaco. Segundo a OMS, o tabaco mata mais que a soma de mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídio e acidentes de trânsito.
O fumo passivo, ou seja, que acomete não-fumantes expostos à inalação constante da fumaça alheia, também é um grande problema, o que nos lembra que o tabagismo não deve ser encarado meramente como uma escolha individual. Afinal, por ano, 2.655 fumantes passivos morrem das três principais doenças relacionadas ao fumo: infarto, derrame e câncer de pulmão, gerando um gasto público de pelo menos R$ 37 milhões, de acordo com um estudo realizado pela UFRJ. Para se ter uma ideia, o pneumologista da Unifesp, Fernando Sérgio Studard, explica que permanecer em um bar onde há pessoas fumando equivale a fumar quatro cigarros para quem não fuma.
E não é só isso. Os chamados fumantes ocasionais, aqueles que fumam esporadicamente, também correm riscos e podem ser classificados como dependentes. Uma nova pesquisa publicada no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine .
De acordo com os pesquisadores, mesmo que em baixos níveis, à fumaça do cigarro pode aumentar o risco futuro de doenças de pulmão, assim como câncer e doença pulmonar obstrutiva crônica. De acordo com a psicóloga Silvia Cury, o cigarro pode ser considerado uma droga de efeito psicoativo, pois produz reações no comportamento e na área emocional. "Pode haver uma necessidade cada vez maior do cigarro para a pessoa se sentir bem e a crise de abstinência em quem tenta parar pode causa dor de cabeça, insônia e aumento da ansiedade." O fumo é o principal causador de muitas doenças pulmonares, inclusive o câncer de pulmão e está associado ainda a outros tipos de tumor e doenças cardiovasculares - essas causas, no entanto, são conhecidas de todos. O cigarro e suas variantes trazem graves consequências para a saúde de quem fuma e de quem tem que conviver com a fumaça. E você, será que conhece de fato as ameaças ocultas do fumo para a saúde?
A preservação da saúde auditiva dos trabalhadores da indústria cuja exposição excede os limites de tolerância depende muito da identificação e quantificação do risco, da seleção do protetor auditivo e da correta utilização por parte dos usuários.
Na seleção do protetor auditivo, aspectos como atenuação, conforto, facilidade no uso, entre outros, devem ser sempre analisados, pois refletem diretamente na aceitação dos usuários e na proteção oferecida por este equipamento de proteção individual.
Dentre esses e outros aspectos a serem observados durante o processo de seleção, talvez o que seja mais objetivo é a escolha da atenuação adequada. Segundo a Portaria nº 48 de 25 de Março de 2003, do Ministério do Trabalho e Emprego, os ensaios para a obtenção do Certificado de Aprovação (C.A.) devem ser realizados de acordo com a norma ANSI.S.12.6/1997 – Método B – Método do Ouvido Real – Colocação pelo Ouvinte. Desta forma, as atenuações dos protetores auditivos são expressos em NRRsf. Isto significa que o ruído que chega dentro da “Orelha Protegida” (que utiliza protetor auditivo) deve ser estabelecido por uma subtração direta entre o “Ruído Ambiente” (dose de exposição do usuário, medida próxima da zona auditiva) e o “NRRsf” (atenuação obtida através do C.A.) do protetor auditivo, conforme a expressão abaixo:
Esta fórmula para o cálculo do ruído que chega a uma orelha protegida, tem a função de se selecionar a atenuação mais adequada para cada nível de exposição. Segundo a NR-15, o Limite de Tolerância estabelecido para ruídos contínuos ou intermitentes é de 85 dB(A) por 8 horas diárias. Isso quer dizer que não deve haver exposições a valores superiores, sem proteção. Mas, isso quer dizer também, que as pessoas expostas a valores superiores a este, devem ser protegidas para que haja a redução dessa exposição, ou seja, para que o ruído que atinja a orelha protegida seja inferior ao limite de tolerância.
Basicamente, então, a seleção da atenuação do protetor auditivo consiste em estabelecer uma atenuação adequada para reduzir a exposição dos trabalhadores a níveis seguros. Mas ao mesmo tempo, porém, assim como se deve estar atento em não selecionar um protetor com atenuação insuficiente e gerar uma subproteção, deve-se também estar atento em não selecionar um protetor que atenua demais e causar uma superproteção. A subproteção faz com que o risco de perda auditiva não seja eliminado, já que a exposição permanece acima dos níveis seguros. A superproteção, por sua vez, não oferece o risco direto de perda auditiva, mas sim o risco de limitar demasiadamente a audição dos usuários e trazer outras conseqüências, tais como aumento do risco de acidentes e a diminuição da produtividade.
A superproteção pode comprometer a segurança dos trabalhadores e os exporem a riscos de acidentes, pois atenua demais todos os ruídos, inclusive dos sinais de alerta, avisos sonoros e alarmes que indicam e sinalizam os perigos e necessidades de fuga do ambiente. Ela prejudica até a escuta do próprio ruído das máquinas que, em muitos casos, avisa sobre a presença do perigo. Ela prejudica também a produtividade dos trabalhadores e a qualidade de suas atividades, pois estes precisam, em muitas situações, ouvir as máquinas trabalhando para saber se estão em plena operação, ou se apresentam algum defeito. A superproteção pode ainda, de uma forma indireta, até ser uma causadora de perda auditiva, pois ao dificultar a comunicação dos trabalhadores e, possivelmente obrigá-los a tirar o protetor auditivo para conversar, falar ao telefone ou via rádio, gera omissão de uso e os expõe mais ao ruído.
A tabela abaixo, extraída da norma européia EN 458, sugere uma faixa ideal de nível de ruído que deve chegar à orelha protegida.
- Valores acima de 85 dB estão acima do Limite de Tolerância e, portanto a atenuação é insuficiente.
- Valores entre 80 e 85 dB estão abaixo do Limite de Tolerância, mas acima do Nível de Ação.
- Valores entre 75 e 80 dB são considerados os ideais, pois previnem a perda da audição e não proporcionam o risco de superproteção.
- Valores entre 70 e 75 dB ainda são considerados aceitáveis, mas já mostram indícios de atenuação muito alta.
- Valores abaixo de 70 dB, chegando dentro de uma orelha protegida, são considerados muito baixos e há uma clara superproteção.
De uma maneira mais prática, procure sempre selecionar protetores auditivos cujas atenuações estejam adequadas aos níveis de exposição dos trabalhadores que o utilizam, evitando a sub e a superproteção. A busca pela padronização de EPIs pode dificultar essa estratégia, pois possivelmente, pessoas de diferentes setores, podem necessitar diferentes atenuações. A ação de selecionar sempre para o pior caso pode gerar superproteção para os demais usuários. Para minimizar isto, opte, quando possível, por linhas de produtos que forneçam variações de atenuação, sem perda da qualidade.
Uma última mensagem: o usuário sempre avalia as questões de conforto, facilidade no uso e etc., mas possui a tendência de comparar dois protetores auditivos e confiar mais naquele que ele sente maior atenuação. Por isso, é fundamental que o treinamento ao usuário seja focado também neste aspecto e que nem sempre menor atenuação significa menor qualidade.
Rafael Pol Fernandes
3M do Brasil Ltda. Engenheiro de Serviço Técnico em
Soluções para Saúde Ocupacional
Saúde e Segurança do Trabalho é vida, é preservação de pessoas
A Campanha Trabalho Seguro Vida Completa é uma iniciativa da Proteção Publicações e Eventos que visa valorizar os resultados obtidos através das ações em prol da Saúde e Segurança do Trabalho. Hoje milhares de acidentes e doenças do trabalho são evitados pela atuação dos profissionais de SST e das empresas que investem recursos e esforços em prol da prevenção. Entretanto a área e seus profissionais vive o estigma do acidente e suas conseqüências:
- Os veículos de comunicação de massa dão muita ênfase aos acidentes e doenças envolvendo trabalhadores e quase nenhuma divulgação dos bons resultados obtidos.
- O trabalhador recebe o impacto das ações de sensibilização muito mais focadas nos aspectos negativos do que na qualidade de vida que ele obtém ao trabalhar com segurança.
- As empresas recebem a pressão de que investir em prevenção é uma obrigação legal, sem perceber que ao cuidar do trabalhador está melhorando seu ambiente de trabalho como um todo e obtendo ganhos reais em qualidade de produto ou redução de desperdícios.
- O país não calcula quantos trabalhadores deixaram de sofrer acidentes ou adquirir uma doença relacionada ao trabalho.
A proposta da Campanha Trabalho Seguro Vida Completa é quebrar este paradigma. Saúde e Segurança do Trabalho não é acidente e doença. Saúde e Segurança do Trabalho é vida, é preservação de pessoas. É o trabalhador voltando para casa no final de sua jornada e reencontrando sua família. Por este motivo a imagem da campanha está simbolizada na mão de um trabalhador e a de uma criança. O que se pretende com a imagem é lembrar que o trabalhador que tiver segurança vai voltar para sua casa com saúde e poderá conviver com sua família, desfrutando o que a vida tem de melhor. Isto é muito diferente da imagem muitas vezes usada de um trabalhador mutilado para sensibilizá-lo da importância com os cuidados com a segurança no local de trabalho.
COMO FUNCIONA
A Proteção Publicações e Eventos não pretende ser dona desta campanha. É dela a iniciativa deste projeto. A proposta é que o material de comunicação e o conceito possa ser reproduzido por entidades e empresas, inclusive com a adoção de suas logomarcas. O objetivo é disseminar a idéia objetivando mudar a forma como a maioria das pessoas encaram a prevenção de acidentes e doenças ligadas ao trabalho.
A Campanha Trabalho Seguro Vida Completa pretende difundir este conceito pelo país e todos podem participar desta difusão. O selo da Campanha pode ser reproduzido livremente por profissionais, empresas, entidades e organismos públicos. A identidade visual da campanha foi desenvolvida com este objetivo. Todos podem usar a imagem livremente desde que respeitado o objetivo de valorizar a atividade de Saúde e Segurança do Trabalho.
Além da identidade visual a Campanha Trabalho Seguro Vida Completa reúne depoimentos de profissionais, trabalhadores e empresários que já vivenciaram ações que confirmem a importância dos resultados da postura prevencionista. Há milhares de casos, mas que ficam ofuscados pelos tristes números da realidade dos acidentes no Brasil. A Campanha não pretende adotar uma visão distorcida da realidade, escondendo os problemas que diariamente ocorrem em milhares de empresas. A proposta é apenas evidenciar que o enfoque da prevenção pode ser o de resultados positivos e que isto pode ser uma ferramenta importante para que mais trabalhadores e empresas adotem a SST como um aspecto vital para o país. Com isto ganham todos, especialmente os profissionais prevencionistas que hoje lutam – muitas vezes com dificuldades – para difundir a idéia de que a Saúde e Segurança é uma prioridade em qualquer local de trabalho.